Relato Finlândia
12 June 2009
Finlândia, país bilíngüe (finlandês e sueco) com 5,3 milhões de habitantes, do lado da Suécia, Estônia e da Rùssia. Para quem não conseguir ver minhas fotos no site mais bem feito da internet, www.altairdebruin.de É só clicar aqui pra ver os álbuns: Estônia, Finlândia. Bicho, eu devo ter nascido escandinavo na vida passada. Toda vez que eu viajo pra algum país da Escandinávia eu sinto que eu poderia morar lá. Passei cinco dias em Helsinki, capital da Finlândia e sinceramente eu não esperava que fosse ser tão legal.
Os finlandeses têm fama de chatos. Mas Helsinki é com certeza uma boa dica pra quem estiver planejando uma viagem pra Europa. Fascinante é o fato de eles não terem noite nessa época do ano. O sol até se põe, mas o céu não escurece. O efeito que isso tem em você é muito bom: Você simplesmente não fica com sono. Eu só ia pra cama porque depois de andar dez horas por dia não tem perna que agüente, mas sono eu não tinha. Essas são as chamadas noites brancas. Em Helsinki, que fica bem no sul, o sol chega a se pôr lá pelas 23:00 e sobe de novo lá pras 2:00. Mas se você viajar mais pro norte, digamos umas quatro horas, você vê o sol baixar até um certo nível, mas depois ele levanta de novo, sem tocar o horizonte. Engraçado, né? No entanto eu não faço a mínima questão de aparecer na Finlândia na época de dezembro. Aí é o inverso, são praticamente 3 meses inteiros sem ver nada de sol. São nessas horas que eu penso o quão privilegiado o Brasil é: a gente não tem problema com frio, falta de luz, taxas de suicídios altas e tal — A gente tem outros problemas, mas esses a gente deixa baixo.
Outra coisa que sempre me chama a atenção quando eu viajo pra qualquer país da Escandinávia é o bom gosto que eles têm para decoração interior. Na Alemanha a maioria dos cafés tem um estilo tradicional e conservador — tem seu charme também. Todo mundo já ouviu falar dos famosos cafés vienenses e parisienses — Alemão segue mais ou menos a mesma linha. Escandinavo tem seu próprio estilo: mármore, design moderno, cores, cheiros — tudo de muito bom gosto. No entanto tudo tem seu preço e preço foi uma das coisas que me assustou muito. Praticamente tudo custa o dobro do que custaria na Alemanha: Suco por 6 euros, cerveja 7 euros, um almoço com bebida por 50 euros! Façam as contas com o euro a três reais. Fiquei pensando quanto seria o salário mínimo lá. Um dia passamos na frente de uma imobiliária e achamos um apartamento de 50 metros quadrados por 450 mil euros. É muita grana.
A língua também é uma tristeza. Quando você vê finlandês escrito só se percebe uma embolação de vogais e tremas tudo misturado. A língua não tem semelhança nenhuma com nada, não parece com russo, com alemão, com sueco, com português! É diferente de tudo! Agora as paisagens do país são de deixar qualquer um de boca aberta. Infelizmente eu viajei de ônibus pro norte um dia, mas não consegui tirar fotos, porque o vidro do ônibus estragou as fotos. Mas se você olha no mapa você vê que a cada 10 km você topa com um lago e do lado do lago tem uma montanha. O hotel que nós ficamos era a antiga prisão da cidade. A prisão foi comprada por uma rede de hotéis e ficou show de bola e de acordo com o guia de viagens o nível de hotéis lá é tão bom que a Finlândia não usa o método internacional de avaliação de hotéis com estrelas. Os hotéis são divididos por preços.
No penùltimo dia nós pegamos um barco e fomos para Tallinn, na Estônia. A Estônia era parte da URSS — hoje é parte da União Européia, mas mais de 40% da sua população ainda é composta por russos e ucranianos. Andando pelas ruas você vê lojas que vendem selos de carta da época da URSS com a foto de Lenin, alguns selos com foto de Hitler. Andando nas ruas você não vê mais nada escrito em Russo, mas ainda se ouve muito russo nas ruas. Em 2007 houve uma luta sangrenta no centro da cidade, porque os estonianos resolveram colocar uma estátua de Lenin que ficava no meio da capital pra fora da cidade. Os russos se revoltaram e sangue rolou. É uma tentativa pra mostrar cada vez mais que não são mais quintal da Rùssia. Eu sei lá, aquele negócio que você vê nos filmes, onde a Rùssia é o vilão sempre não é sempre ficção. A União Européia foi a ùnica chance desse povo evoluir, sem medo de ser oprimido de novo. Bom Tallinn é uma cidade medieval muito bonita e bem conservada, mas o resto da Estônia é tão pobre que dá dó. Há muita pobreza ainda. No Brasil também há, mas imaginem que esse povo aqui vive temperaturas abaixo de zero por 5 meses no ano. A Europa em certas partes tem tanto pra se consertar como qualquer outro país de primeiro mundo.
Vou ficando por aqui! Abracao pra todo mundo!