Viagem pelo Japão

26 April 2015

Impressões: ruas limpas, metrôs lotados, pessoas muito educadas e prestativas, ruas que parecem formigueiros, trânsito bem coordenado, poluição visual, sacolas plásticas, ilhas de paz no meio do caos, pessoas dormindo em todo lugar, transporte pùblico bem eficiente. Sobre as pessoas dormindo: ouvi que um trabalhador trabalha em média 6 dias por semana e sair com os colegas depois do trabalho é mais ou menos uma obrigação. Isso aumenta sua jornada diária às vezes para dez horas, reduzindo seu tempo de sono — consequentemente pessoas cansadas.

Comunicação e transporte: Nós chegamos em Tóquio de manhã e cuidamos da infraestrutura primeiro: cartão de telefone, dinheiro e transporte. Tóquio correspondeu às minhas expectativas: moderna, mas pouco ocidental, grande e lotada, mas muito limpa e organizada. Apesar de vários foruns de viagens dizerem que telefones estrangeiros não funcionariam no Japão, um iPhone 5 com um cartão japonês pré—pago funcionou muito bem. Google Maps e Google Translator (desculpem a propaganda) também funcionaram muito bem. Toda vez que nós precisávamos de chegar a algum lugar Google Maps dava as coordenadas, com horários de trens e de conexões e preços. Google Maps não nos deixou na mão nem uma vez. Google Translator está fazendo história na área da comunicação: você pode escanear uma foto com escritos em japonês e Google Translator te dá uma tradução aproximada em inglês. Frases curtas de inglês para japonês são traduzidas muito bem. E quando a gente não entendia o que a outra pessoa falava, ela falava com o telefone e ele traduzia a fala para a escrita e depois para o inglês. Fantástico.

Tecnologia: Apesar de o Japão ser conhecido pela sua tecnologia, eu notei pouca informação online: linhas de ônibus, plano de rede ferroviária, pagamento com cartão de crédito, reservas de trens e hotéis — pouco disso estava disponível online. Além disso, na minha opinião eu achei os sites mal ilustrados. Máquinas de venda automáticas estão presentes em qualquer esquina. Mas a tecnologia em geral é bem presente no dia—a—dia: restaurantes com menus em tablets (e eles tiram alguns itens do cardápio enquanto você ainda está fazendo seu pedido), assento sanitário automático, com um jato de água para as nádegas e outro para a vulva, carros híbridos (a combustível e energia elétrica), postos de reabastecimento para energia elétrica, trens bala e etc. Com certeza todo mundo ficou curioso sobre o tal do assento sanitário automático — tem gente que conta piada de homens de negócios que vêm para o Japão e saem do aeroporto e vão direto para alguma reunião. Aí no meio da reunião precisam ir ao banheiro e fascinados com a nova tecnologia sanitária apertam todos os botões e acabam tomando um jato de água no terno novo (que era para lavar a popa) e têm que voltar para a reunião encharcados. (olhem a foto do washlet)

Meio—Ambiente: Sacolas de plástico são uma praga presente no mundo inteiro e no Japão não é diferente. Na minha opinião o plástico aqui ainda tem mais importância do que em outros países: tudo se embrulha em plástico: pedaços de bolo, pão, bolinho de arroz, guardanapos, palito de dente, talheres, tudo. Por outro lado vê—se também um grande empenho em reciclagem de lixo. Os assentos sanitários automáticos ficam ligados à eletricidade o tempo inteiro, para que permaneçam aquecidos — sim os assentos são aquecidos — e toda casa tem um. Imagine o tanto de eletricidade que se perde mantendo um assento sanitário aquecido por horas a fio, quando você na verdade só o usa duas vezes por dia. Sem mencionar o tanto de eletricidade desperdiçada mantendo todas as máquinas de venda automática acesas o dia inteiro.

Comida: A comida é muito saudável — na maior parte das vezes. Provavelmente por isso que a obesidade no Japão não parece ser tanto um problema. A comida também está na lista de patrimônios culturais da humanidade. Quando você visita os templos, você vê um grande nùmero de pessoas de idade avançada subindo e descendo escadas sem muita dificuldade. E correndo o risco de estar dizendo o óbvio: a comida é boa, mas não em todo lugar. Os fãs da comida tailandêsa ou chinesa vão sentir falta dos temperos na comida japonesa. Mas com o tempo você acha as coisas boas: bolinho de arroz recheados com algas, verdura frita e muito tipo de sopa diferente. A comida tem um preço razoável e varia de 3 a 30+ euros. O preço não necessariamente indica comida de boa qualidade. Para dizer a verdade eu tive a impressão de estar comendo melhor nos restaurantes pequenos, com alguém preparando a comida na hora, do que num restaurante grande com cozinha industrial. Por um lado eu tive a impressão que os japoneses dão valor a boa comida, por outro lado é muito fácil achar comida cheia de corantes e conservantes — fica a dica para aqueles que dão valor à comida fresca e natural. Dá até para se achar comida fresca, mas eu achei que em outros países da Ásia, comida fresca é algo mais óbvio. Sobremesas não parecem ser muito parte da culinária japonesa. E acho que a idéia deles de sobremesa não é muito apetitosa: feijão doce, pão doce com feijão, caldo de feijão no sorvete e por aí vai.

Os fortes da comida: Okonomiyaki, Yakisoba, Tofu, Udon, Soba, Tempura, Gyoza, Sushi, O—Nigiri, Ginger, Sake.

Preços: Eu achei o Japão caro: uma acomodação simples em Tóquio custa em média 70 EUR por um quarto minùsculo. Um quarto em um Ryokan, que é uma pensão japonesa, é bem pequeno para os padrões ocidentais e não oferecem cama — você dorme em colchões. Mas eu ainda recomendaria a experiência: te faz te sentir mais no Japão. Ingressos para o Museu são razoáveis: de 3—6 EUR, mesmo para as atrações mais famosas. Eletrônicos parecem custar a mesma coisa no mundo inteiro. Transporte é caro, mas existe um "Passe de turista" para os trens japoneses e custa por volta de 360 EUR para duas semanas. Vale a pena se pretende cobrir uma grande área viajando de trem. E os trens são impressionantes: trem bala te possibilita viajar grandes distâncias em 1—3 horas. É também impressionante ver um trem bala bem longo passar na sua frente em dois segundos e mexer com tudo a sua volta.

O Japão é um país impressionante, cheio de lugares listados como patrimônios da humanidade. Os japoneses são muito educados e prestativos. A cultura e a língua são muito interessantes. Fica a dica para a próxima viagem!

Dias: 21

Route: Tokyo, Kamakura, Gotemba, Osaka, Nara, Himeji, Hiroshima, Miyajima, Akashi, Koyasan, Kyoto, Tokyo

Os fortes da viagem: Kyoto, Tokyo, Himeji, Miyajima, Hiroshima, Nara, Koyasan, comida, trens.

Hotels

Tokyo: Andon Ryokan (very good)

The Edo Sakura (very good)

Sunroute Plaza Shinjuku (very good)

Gotemba:

Kumini Hotel (just average)

Osaka:

Esaka Tokyu Rei (not good)

Miyajima:

Miyajima Guest House Mikuniya (average)

Akashi:

Hitomaru Kadan (average)

Koyasan:

Hojo—in (a highlight)

Kyoto: Kyoto Tenseian (a highlight)

Hojo—in (a highlight)

Kyoto: Kyoto Tenseian (a highlight)